Estudos Históricos e Políticos

mais barbarizados pela endemia revolucionária em estado agudo. E nesse desconceito se baseavam as menos corteses tentativas de discussão, e, mesmo, atos de positivo desrespeito à nossa soberania.

À experiência e ao saber do conselheiro Carlos Augusto de Carvalho coube iniciar, e quase pôr termo, à liquidação desse terrível legado de um quinquênio de catástrofes. Embora mais uns três anos houvesse de grandes complicações, muitas delas internacionais, de sua passagem pelo ministério das Relações Exteriores, data o começo da convalescença para o Brasil da precária situação em que se encontrara perante os demais governos.

Quão tímido, entretanto, era o escopo: apenas o desejo de não ser tido como nação anarquizada, sim como entidade digna de figurar entre aquelas com as quais licito tratar, sem receios de eternas discusssões ou voltas para trás.

Réstias de luz nesse longo processo de reabilitação nacional, brilham as duas vitórias de Washington e de Berna, em 1895 e 1900. E como nada mais do que o successo provoca novos sucessos, começaram a surgir apelos ao nosso governo, bem pouco importantes a princípio, para intervir com sua autoridade moral em assuntos continentais.

Sobre o Brasil já pairava, majestoso, símbolo de triunfo, o nome de Rio Branco. Continuava em Berlim, afastado da pátria, sobre a qual novos obstáculos se acumulavam, impedindo a reparação dos desastres sofridos.

Durante todo o quatriênio Campos Salles, pode-se dizer, dominou o problema da fronteira boliviana nas cogitações do Itamaraty.

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