Estudos Históricos e Políticos

ainda para quem vinha precedido da fama das vitórias que tivera, não lhe sendo lícito, sem decair, ficar apenas no mesmo nível dos antecessores mais aquinhoados pelo sucesso.

Ao novo ministro só se admitiria distanciar a quantos o haviam precedido.

Ora, a opinião pública o recebera com grande simpathia, mas, sem se pronunciar, guardava atitude expectante sobre o que se imaginava serem seus planos de governo. Dúplice escolho.

Refletiam ainda que, nos longos anos passados na Europa e na América havia Rio Branco especializado seus conhecimentos, origem de grandes triunfos em pleitos especialíssimos. Teria igualmente preparado o espírito para solver problemas governamentais, pendências diplomáticas, debates internacionais?

E o receio não formulado, talvez confusamente sentido apenas, era que a tecnicidade quanto ao material de trabalho e aos processos mentais houvesse prejudicado, ou, pelo menos, feito recuar para plano inferior essas qualidades primordiais de visão de conjunto, imprescindível nas funções de mando supremo.

Para saber governar, ou comandar, é, de fato, indispensável que a minúcia, o pendor analítico, o espírito de detalhe se hajam transformado em uma vasta capacidade sintética. Cumpre se manifeste a faculdade de estabelecer a perspectiva integral, a restituição dos planos peculiares a cada grupo de cogitações, em seu lugar próprio.

Como em um vasto problema, para cujo formular venha afetado cada grupo de fenômenos de coeficiente próprio, representativo de seu influxo específico no conjunto dos fatos; assim também, no cérebro de um chefe, digno do nome, devem desaparecer predileções, estudos preferenciais dessa ou daquela particularidade do assunto

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