REAÇÃO ESPIRITUALISTA
Tão profunda foi a queda nesse paul de desenfreado materialismo que do próprio excesso proveio reação espiritualista. Começou-se a compreender que algo havia mais sério do que os prazeres de todo gênero: que o homem é um ser social inseparável do seu semelhante; que o próximo nos importa tanto quanto nossa própria personalidade e que a ordem divina de amá-lo como a nós mesmos constituía a regra basilar da vida.
Adotando para definir a religião o conceito de doutrina que unifica e solidariza o sentir, o pensar e o agir, brotou confusamente a noção, e, aos poucos ganhando forças que cada vez mais se desenvolvem, impôs-se a evidência de que a vida humana era mais do que uma série de fenômenos biológicos e físicoquímicos.
O afrouxamento e a laxidão que, sob o império de uma norma de puro utilitarismo, iam minando as almas na observância de seus deveres, foram cedendo passo à pregação das Palavras Eternas. E, neste momento, estamos assistindo a uma verdadeira resurreição da Fé, nos ânimos há pouco tíbios e desesperançados.
A cruzada permanente teve por principal adversário inércia de massas amodorradas em comodismo de quilates mesquinhos. É natural tenha larga estrada a percorrer antes de alcançar sua meta. Pouco importa aos que lutam nesse bom combate, basta-lhes meditar no patiens quia aeterna da Igreja.
Primeiro degrau a vencer é conseguir a sinceridade de toda vida psíquica: agir de acordo absoluto com as convicções; pensar como mandam os sentimentos motores; sentir por amor ao próximo e ao Criador.