Estudos Históricos e Políticos

ou minutas da correspondência trocada estão quase inéditas: tão raros os pesquisadores de arquivos, por um lado; tão incompletos os mesmos arquivos por outro. Só agora começou a indagação dos fatos preliminares de nossa vida independente.

Para mostrar o mistério em que jaziam tais papéis, seja-nos lícito um depoimento pessoal. Nos manuscritos do Itamaraty só encontramos traços de investigação de um único pesquisador, Rio Branco, e os documentos cifrados só vieram a ter sua decifração, excetuada, claro está, a da época em que foram escritos e recebidos, em data recente, por terem sido então reconstituídas as cifras.

Há poucos anos teve início o trabalho de cópia dos ofícios dos diplomatas estrangeiros a seus respectivos governos, depoimentos de primeira ordem para a história daqueles tempos. Até hoje, só possui o Itamaraty alguns documentos dessa procedência provenientes do Quai d'Orsay e do Record Office inglês. Mareschal, testemunha do maior valor para o período 1822-1830, só parcialmente está divulgado, e só temos no Rio uma cópia completa, inteiramente inédita, feita às expensas de Tobias Monteiro. O arquivo privado da Família Imperial brasileira ainda permanece desconhecido. Somente agora o príncipe d. Pedro de Orléans-Bragança cuidou de catalogar suas inestimáveis riquezas, e por enquanto só Alberto Rangel, Miguel Calogeras e Tobias Monteiro tiveram ocasião de compulsá-lo de relance e de aproveitá-lo.

E a obra de centralização, no Rio de Janeiro, da mole imensa de informes estrangeiros sobre o Brasil, a bem dizer ainda não foi tentada. Não temos cópias das cartas e relatórios periódicos das diversas Ordens aqui estabelecidas a seus superiores em Lisboa ou em Roma. Nada sabemos, ou quase nada, das correspondências diplomáticas a não ser as francesas, de Malér, as inglesas, de

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