Estudos Históricos e Políticos

Durante todo o Segundo Reinado, foi intensa a vida da egrégia Companhia. Desde cedo, d. Pedro II lhe compreendera a importância e sempre a prestigiou e amparou, influindo para nela grupar uma aristocracia intelectual. A convivência íntima do Instituto e do Imperador atribuiu-lhe, por isso, na opinião de críticos políticos pouco esclarecidos, feição áulica que nunca teve.

Talvez, por isso, ao proclamar-se a República, atravessou o silencioso e fecundo laboratório de estudos uma fase de hibernação, de recolhimento conservador; digna resposta a injustificadas censuras, mas lamentável estagnação, do ponto de vista do culto prestado às tradições e às forças operantes em nosso país através dos quatro séculos e de nossa história peculiar.

Não podia perdurar tal modorra. A dois membros do cenáculo principalmente devemos a revivescência do trabalho que lhe é próprio: Max Fleiuss e Rio Branco. Citamo-los nessa ordem, pois a esforços do primeiro foi o imortal chanceler presidir a associação. E logo surgiram as consequências: avultou novamente o velho grêmio entre as nossas forças intelectuais: no evolver social renasceu a velha tradição de labor e de prestígio.

Tornou a exercer seu influxo animador e a seligir valores: basta cotejar o conglomerado e a balbúrdia de colaboradores do congresso de História de 1914, com o escol que hoje assegura o êxito da vida mental da respeitada casa. Suscitou inquéritos. Revelou pesquisas e pesquisadores. Aceitou e integrou em seu seio contribuições científicas, vindas de todos os quadrantes do horizonte intelectual, sempre valiosas. Nunca dogmatizou nem firmou normas intangíveis, que ambos destoariam do eclectismo característico de um grande número de pensadores independentes.

Estudos Históricos e Políticos - Página 36 - Thumb Visualização
Formato
Texto