papéis oficiais e os particulares do ramo brasileiro da Casa de Bragança.
Tal método de investigar é suscetível de fornecer inúmeros detalhes da vida privada das personagens mais importantes, e por pouco que se tenha o pendor de interpretar os fatos pelos atos de seus protagonistas, como se traça uma cordilheira por seus picos, é fácil deslizar da grande história para um complexo de biografias. Existem, aliás, muitos adeptos desse processo. O próprio Carlyle não está longe de preconizar o sistema, no seu culto dos heróis.
A dificuldade, o escolho a evitar cuidadosamente reside em não confundir o pitoresco com o essencial, a anedota com o traço histórico, o efêmero com o permanente. Outro empecilho a vencer é o limite a observar entre o que interessa ao indivíduo tão somente e o que se relaciona com a vida e a evolução do grupo social ou político.
A BIOGRAFIA NA HISTÓRIA
No justo afã de divulgar as inúmeras particularidades descobertas em suas interessantíssimas pesquisas, Tobias Monteiro trouxe a público larga cópia de minúcia, toques e retoques de quadro ou de miniatura, que ajudam a conhecer a feição total do retratado, e lhe pintam a individualidade psíquica. Não há negar o interesse biográfico de tais microfotografias. Constituirão, entretanto, esclarecimento de alcance histórico? Duvidoso afirmá-lo, pois não se vê bem que nexo as liga ao desenvolvimento do país ou do povo estudado.
O que interessa em d. João VI, por exemplo, não são as fraquezas desse infeliz monarca; elas não têm ingresso no teatro dos fatos públicos, por estranhas a estes. Não é o caso de um Henrique VIII da Inglaterra, que nas suas