multíplices aventuras uxórias, condenadas pela Igreja, achou o pretexto para o cisma anglicano. Também não é o de Luiz XIV, com o qual os legitimés de France constituíam um problema político.
Já notaram esta particularidade vários críticos da História do Império. Mas embora nos pareça procedente o reparo, talvez possamos advogar as razões militantes em favor do acusado, se bem que este pelo alto valor de seu livro dispense perfeitamente a defesa.
Em primeiro logar, trata-se de um ponto de vista, da escolha de um método de investigar e de escrever: muitos o aceitam e adotam; com que autoridade poderíamos, os críticos, restringir nosso aplauso só porque não são os nossos os processos preferidos pelo escritor? Possuímos acaso algum critério absoluto de aferição de verdade.
Em seguida, cumpre lembrar a gênese dessa obra. Tanto quanto sabemos, o intuito inicial de Tobias Monteiro foi precisamente escrever a vida de d. Pedro II, e, por essa ocasião, narrar o Segundo Reinado. Suas investigações preliminares conduziram-no a historiar todo o Império. E com razão. Senão, vejamos.
Abre-se, de fato, o reinado com a revolução maiorista, e seria impossível deixar de descrever e de explanar os acontecimentos de 1840. Forçosamente, pois, o proêmio da biografia do imperador deveria constar do estudo das regências. A seu turno, estas ficariam incompreensíveis sem a análise da abdicação de d. Pedro I, de seu governo e da Independência.
A Elaboração da Idependência, portanto, seria o pórtico da construção levantada para rememorar o que foi o último soberano do Brasil. Nada mais lógico, e a estes sorites obedeceu a distribuição da matéria pelos cinco volumes com que tenciona o autor brindar as letras históricas,