decurso de sua administração agitaram-se problemas melindrosos: a escolha do árbitro na questão de limites entre o Brasil e a Guiana inglesa; a fase inicial da contenda com a Bolívia na região acreana. Pode-se dissentir dos alvitres adotados, e dos rumos seguidos, mas justo é confessar, sem favor, quanto se esforçou por obedecer à tradição da Secretaria de Estado e à letra dos documentos comprobatórios das teses brasileiras, bem como à dignidade da atitude de nossa chancelaria em todos os debates.

AS MISSÕES

Se relancearmos agora o campo das missões diplomáticas, quer ordinárias quer extraordinárias, uma observação preliminar se impõe.

Efeito das condições individuais de cada funcionário, ou consequência da natureza própria das missões, podem-se classificar em duas categorias os nossos agentes no exterior.

A mais elevada, e também a mais rara, raríssima mesmo, é a dos diplomatas homens de Estado. São os que conhecem as questões, as tradições, os pontos de vista antagônicos. Preveem, calculam, assumem responsabilidades.

Mais numerosas ocasiões se deparavam para seu aparecimento em épocas passadas, quando a escassez e a tardança dos meios de comunicação forçavam o plenipotenciário a chamar sobre si o ônus, a autoria, a glória ou a culpa das soluções. Era o tempo em que as instruções, por mais estritas e severas, tinham de sofrer o contrastear contínuo dos acontecimentos e de ser obedecidas ou violadas, expondo o mandatário a todos os riscos da censura governamental, ou aos problemáticos