Estudos Históricos e Políticos

louvores de quem se via desobedecido para melhor servido ser.

Hoje, o perigo minguou, se não desapareceu: telégrafo, telefone, aviação, substituíram os antigos correios especiais e as morosas correspondências. O diplomata já se não sente isolado, perdido, abandonado em meio adverso perante o qual tenha de tomar sobre si o peso das soluções impostas pelos fatos e aceitas sua visão pessoal do interesse político de seu país, ora de acordo, ora em oposição com a letra de suas ordens. Hoje, enviado de seu governo, em permanente e íntima ligação, agem sinergicamente; eliminou-se a ameaça do désaveu e da fulminante ruína do emissário que ousasse ter iniciativas próprias. O valor do chefe da missão revela-se, então, nos conselhos dados a seus superiores; na previsão da rota dos acontecimentos, na argúcia da penetração de todos os fatos das negociações.

O MARQUÊS DE BARBACENA

Tais vultos, em todos os países, são excepcionais e granjeiam fama e notoriedade universal. Desses, Minas aponta merecidamente um nome, talvez a maior figura do Primeiro Reinado, em todos os sentidos, o marquês de Barbacena. Nele pouco se fala, e, entretanto, seu mérito devera, em todas as escolas do Brasil, ser apontado como modelar, o de um dos maiores servidores do país.

A Felisberto Caldeira Brant Pontes se deve o início da campanha pelo reconhecimento da Independência e do Império, e nem sequer ocupava então cargo oficial. Não lhe impediu essa total carência de auxílio governamental de agir por si no Foreign Office, baseado exclusivamente em suas relações pessoais com George Canning.

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