Em seguida, munido dos poderes mais amplos, entabolou a negociação com Portugal, sob a mediação anglo-austríaca. Por tal forma se houve que deu origem à missão de sir Charles Stuart ao Rio de Janeiro.
Em pleno domínio da Santa Aliança, quando esta formava uma só frente contra a emancipação das colônias hispano-americanas, conseguira fazer do Brasil um caso especial, a bem dizer protegido pela Áustria e, através desta, pelos demais governos obedientes aos acenos de Metternich, excetuadas apenas a Rússia e a Espanha, interessada em suas possessões americanas.
Quando, nos debates do Rio, Stuart e os plenipotenciários brasileiros se viam paralisados, Felisberto, vindo propositalmente de Londres para auxiliar o êxito da negociação, intervinha, sugeria modificações, aplainava dificuldades, aproximava pareceres divergentes e extremados. Sem ele, o tratado de 29 de agosto de 1825 teria tardado muito mais, e seria diverso do que foi. Prevendo isso, Canning havia pedido ao diplomata americano voltasse ao Rio, pois nele depositava plena confiança. Stuart, prevenido a princípio, acabou rendendo-lhe inteira e absoluta justiça.
Tais feitos foram, entretanto, por ele próprio excedidos em 1828, quando de sua ida à Europa, para levar a pequena rainha de Portugal, d. Maria da Gloria, à corte do avô Francisco I d'Áustria, com o fito de ser educada em Viena até a época de seu casamento com d. Miguel e sua subida ao trono. Suas instruções, muito estritas, baseavam-se na convicção do governo do Rio de que d. Miguel cumpriria a palavra empenhada, de que Metternich e os Habsburgo colaborariam nesse sentido e de que o gabinete inglês, como antigo aliado do reino lusitano, sustentaria a abdicação da coroa portuguesa na pessoa da primogênita de d. Pedro I.