Em troca de seus inauditos serviços, recebera como paga a ingratidão de seu soberano, a calúnia por este posta em circulação de malversações de fundos públicos, quando, ao invés da audaciosa inverdade, as contas tomadas pelo Tesouro provavam ser o marquês credor do Estado por avultadas somas.
Por mais severo seja e deva ser o cuidado em apontar homens de Estado, este grande mineiro satisfaria a todas as condições.
Foi o único que, com tal benemerência, Minas pôde até hoje sagrar estadista excelso nas fainas internacionais do Brasil.
O MARQUÊS DE PARANÁ
Outro caso de colaboração mineira foi a missão do marquês de Paraná no Prata, em 1851-52.
Desde d. João VI, as duas margens do caudal viviam em estado de contínua agitação revolucionária. Exacerbaram-se com a anexação ao Brasil da Cisplatina. O tratado de 1828 parecia ter solvido o problema, mas o partidarismo local, amparado pela política de d. Juan Manuel de Rozas, em Buenos Aires, renovou as cruentas contendas e fez correr rios de sangue no Uruguai.
Com os entendimentos entre Farrapos e grupos orientais, vinham brasileiros envovidos com conflitos, ora em território rio-grandense, ora na República vizinha. Generalizavam-se os tumultos. A fronteira era teatro de escaramuças e de montoneras. As tentativas por pacificar a região e resguardar vidas e propriedades de patrícios nossos mostravam-se improfícuas.
E o mais grave era que as agressões partiam tanto de umas como de outras forças adversárias. Foi o sentir