um órgão que conservasse a tradição, acumulasse a experiência adquirida nos governos sucessivos, viria dar contrapesos às forças dispersivas que, com facilidade demasiada, proliferam em tal forma de governo. Viria fortalecer os fatores de colisão, que tanto diminuíram com o surto de liberdades de todo gênero.
Hoje, o único elemento permanente, elo entre as administrações que se revezam, são os bureaux, ditadura anônima, fortíssima pela inércia, especializada demais em suas funções próprias para possuir a visão de conjunto que deve caracterizar aos homens de Estado.
É indispensável criar um corpo meramente consultivo, em que convirjam as melhores e mais altas capacidades de governo, capacidades no sentido técnico, no político e no da experiência de conduzir os homens e de manejar os negócios públicos. Cercar este órgão de garantias de independência dos poderes oficiais, com membros vitalícios. Dele deveriam ser membros natos os antigos presidentes e vice-presidentes da República; os demais seriam nomeados pelo Executivo, com aprovação do Senado.
A Republica não pode dispensar um Conselho de Estado assim constituído.
Nenhum momento mais próprio para o criar do que o atual, em que se cogita de reformar a Constituição.