Estudos Históricos e Políticos

dissidentes das variações protestantes. Demonstrava, assim, a larga norma liberal, acolhedora e maternal da Igreja.

Não é missão espiritual, extinguir e matar; se não convencer, persuadir, agremiar e unir. É a secular tradição de propaganda fide, na qual se inscreve o sublime martirológio dos missionários da fé, que padeceram e tombaram por seu ideal.

Como duvidar, portanto, do ânimo apostólico, fraternal e despido de interesse terreno, dos que pugnam pela conquista moral das almas, pondo no Alto, e não nos apetites subalternos, à luz guiadora da existência? Fraquezas individuais pode haver, e há. Que valem, entretanto, ante a imensidade do escopo e a beleza da sua realização? E que juizo se formulará, em consciência, dos que só enxergam as falhas, esquecendo os triunfos? Críticos do sol, só porque tem quase imperceptíveis manchas. A tarefa é divina; a execução, meramente humana com todas as contingências da fragilidade.

Sem entrar na análise das meios empregados, dos quais muitos repugnam à mentalidade religiosa e social vigente, lembremos que, a ferro e fogo, Portugal logrou firmar em seus domínios a unidade confessional. O grande valor que isto representa, a força imensa que daí decorre, bem o sabem apreciar os que conhecem a supremacia dos impulsos espirituais na vida, a soberania dos "imponderáveis" de Bismarck.

São, seguramente, essa comunhão de crenças e a língua una, dois dos elementos basilares de nossa formação histórica e política, os mais importantes, talvez. Neles repousa a integridade do país. Condicionam, em parte, nossos destinos.

Em tais circunstâncias, óbvio se revela o dever de em nada agir de modo a enfraquecer condição tão essencial

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