à coletividade nacional. Não nos pronunciamos sobre o assunto, como sustentadores de convicções que são nossas também: mas, exclusivamente, do ponto de vista agnóstico de governo do país.
O AGNOSTICISMO COMO O ENTENDEMOS
O agnosticismo, de fato, não é, nem pode ser, uma atitude de ironia superior, de dúvida e de negação. Seria desconhecer as irreprimíveis e insondáveis energias latentes dos fatores psíquicos, como guias da existência, quer individual, quer agrupada.
Ao contrário da abstenção, mas sem preferências, um dos deveres morais e políticos dos condutores de homens consiste em amparar, favorecer e propugnar essa constante preocupação idealista, que tão direta e imediatamente reage sobre o desenvolver diário dos acontecimentos.
Minas, certamente um dos mais católicos de nossos estados, não procedeu por forma outra, quando, ao fundar-se Belo Horizonte, doou um terreno a uma seita protestante para ser edificada uma casa de oração. Com o mesmo fundamento, do ponto de vista governativo, se justifica a colaboração carinhosa com autoridades eclesiásticas de credos outros.
O ponto em que a laicidade se deve afirmar está em dar igual amparo e cooperação a todas as convicções. Como órgão da colectividade, o estado não pode ter simpatias ou antipatias, mas deve ser igual protetor e igual propugnador de todas. Na prática, é certo, as manifestações de tal norma se proporcionarão às solicitações dos respectivos grupos de fiéis. É, pois, obra construtora, nunca