Estudos Históricos e Políticos

a negação do espírito de sacríficio, a exaltação do eu, constituíram os artigos principais do Decálogo da nova mentalidade. Ausência de ideal, ou antes, ideal de nouveau riche.

Realmente, de certo ponto de vista, alcançaram-se notáveis sucessos. Sem favor se pode dizer: no livro, na imprensa, nas ciências, nas artes, estamos assistindo a uma verdadeira e admirável floração intelectual. Métodos de trabalho, processos de investigação, capacidade realizadora, avanços em todos os assuntos materiais e intelectuais, ostentam a vitória nesse rumo.

PRODUTO DA EGOLATRIA

Vitória incompleta e dispersiva, entretanto. Como todo produto de egolatria, esquece o próximo para servir a própria individualidade. Ao bom e ao justo, sobrepõe o útil. Torna mais intensa e menos ignorada a dominação material do mundo. Mas, como o móvel de todo esse imenso e louvável esforço não é o amor fraterno, sim a conquista de vantagens pessoais, vai, de grau em grau, exaltando as competições, aguçando os conflitos, colaborando para o advento de uma situação de lutas e de rivalidades, corporativas ou singulares, que certas escolas socialistas traduzem com exatidão. Guerra e negação de piedade humana, em vez da paz e da solidariedade que devem constituir o ideal.

E por que tão absoluto contraste entre a intelectualidade, ascendente, e a moral em declínio?

Porque cada qual trabalha para si ou para seu grupo. Não polariza as somas de parcelas individuais largo alvo comum, um dever mais alto, acima do homem e da sociedade, sobre todos estendendo seu patrocínio espiritual.

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