noúmeno, o mundo interior, míngua. Obscurece-se a noção de relatividade entre valores. Mudam e baixam os pontos de apreciação e as normas diretoras da vida, quer individual, quer coletiva.

Torna-se com isto mais imperioso o predomínio dos alvos mais próximos. Ora estes, consequência normal das exigências mais gerais e subalternas nas razões de viver, são os que se referem a apetites e a necessidades naturais do ser humano. O imediatismo campeia, e as preocupações mais elevadas, mais altruístas, mais moraes, são recalcadas pela sofreguidão de um egoísmo de duvidosa valia.

Na organização social vigente, o rumo para o qual tende tal conjunção de forças é o make money, honestly if you can, but make money, ou ainda o ideal do nouveau riche.

Só uma vigorosa renascença idealista poderá vencer tais fatores de animalidade. E, felizmente, sintomas dela acodem de toda parte. De seu triunfo depende o porvir da humanidade. Criação de essência divina, ou mero joguete de prazeres rasteiros, tal o dilema que se impõe na meditação sobre o homem, a vida, os deveres e os direitos. Idealismo e materialismo a se confrontarem.

Não há receios, nem dúvidas quanto ao resultado final, pois razão de sobra tem o ditado francês: un peu de science éloigne de Dieu; beaucoup de science y ramène.

O pior inimigo a combater é a indiferença, que entorpece as faculdades da alma. Claro, nem todos poderão alcandorar-se a páramos sublimados. Mas cada qual ponha seu ideal onde alcança sua mente.

Ao arquiteto de um edifício não sejam móveis únicos inspiradores a rentabilidade do prédio e a economia na construção. Eleve um pouco seu pensamento. Obedeça, nas linhas e nos arranjos, a um sopro vivificante de beleza, que agradará aos olhos, consolará os espíritos do tédio e da