necessárias instalações urgentes? Precisam de colaboradores momentâneos? Nada podem fazer. O recrutamento do pessoal tem de obedecer às regras preestabelecidas, em condições invariáveis de remuneração e de assiduidade, e a elas se não sujeitarão os mestres excepcionais. Tal aula, para ser profícua, exige oito horas de trabalho ininterrupto, mas o governo só paga uma hora. Para adquirir ou alugar seja o que for, o processo tem de sujeitar-se à tortura chinesa do Código de Contabilidade, a obra mais ininteligente desse último decênio, que nem sequer tem o mérito da eficiência, que é de garantir a perfeita e absoluta legalidade do emprego de dinheiros públicos, dos quais os gestores, através do Código, são sempre estelionatários ou peculatários presumidos.
Como voar, se se atam as asas? E é essa, sem exagero, a situação real do ensino oficial superior e secundário.
Cumpre dar-lhe liberdade de expansão.
Vezo inveterado dos governos é governarem demais. Inexplicavelmente convictos da competência própria, não admitem a alheia; olvidados de que mais sabe o tolo no seu, do que o avisado no alheio. Nos estabelecimentos didáticos, então, não será estranhável falta mental lhes desconhecer aptidão para se dirigirem em cousas de ensino e de organização de meios conducentes a ministrá-lo?
Tudo é pretexto para perturbar a vida dos institutos. A doentia especialização das verbas manieta a ação. Ao lado de uma sobra em qualquer rubrica, surge um deficit em outra; para um particular, haveria compensação do excesso com a falta, e o trabalho continuaria. Mas com a tutela oficial e o famigerado Código de Contabilidade o sistema é outro: a sobra é recolhida ao Tesouro, e onde há insuficiência de recurso, o trabalho não é feito,