a contextura a fim de dar ao drama desfecho que lisonjeasse à euforia popular.
Ainda assim, sob o nome de The marriage playground, ficou o bastante para mostrar a agudeza e a crueldade refinada e aterradora do problema moral e religioso agitado.
O tradutor português, com genial intuição psicológica, restabeleceu nos títulos a lancinante interrogação, e apelidou a peça Os órfãos do divórcio. Deste modo, restituiu ao romance a lógica de sua verdadeira significação social, e perfeitamente exprimiu o horror da situação desses desventurados párias, órfãos criados, não pela morte inevitável e fatal, mas pelo crime de pais egoístas e inconscientes, senão fundamentalmente maus.
É possível que esse nobre livro renove, para as tristes vítimas do divórcio, a cruzada moral de redenção que, para os escravos, se tornou vitoriosa, grandemente graças à bíblia abolicionista de Beecher Stowe.
Nesta resenha tão sumária, não cabe desenvolver outros problemas, derivados do principal: a legislação separatista. Assim, deixaremos de lado os que se referem à legitimidade da prole e à felicidade individual dos divorciados, tanto quanto as estatísticas do suicídio permitem avaliá-la.
A primeira dessas indagações exigiria trabalho extensíssimo, combinados os elementos todos com a lição das práticas criminosas, tão comuns em certos países, da provocação do aborto e das antecipações do toro.
Sairiam as conclusões favoráveis ao catolicismo e em detrimento da moral de outros credos. Mais acentuadas ainda, quanto aos excessos de desenfreada licença dos divorciados.