na depredação das circulações monetárias da Europa. Melhorando estas, sem ascensão paralela no Brasil, era natural enfraquecer a relação contra nós.
Progredindo o regresso das cotações, por motivos que não é oportuno relatar, voltou a imperar a falsa noção dos valores fixados por autoridade. Vimos, então, a paridade de 12 pence escamoteada sem debate, ao apagar das luzes, na reorganização do Banco do Brasil. E já agora, para estabilizar a situação vigente, se aventa a ideia do cambio a 5 d.
Não bastará a experiência de um século de vida independente para capacitar aos nossos homens públicos da inanidade pueril de tais expedientes?
Não se compreenderá que neste aviltamento monetário se encontra a causa primordial das dificuldades terríveis em que se debatem todos?
União, estados, municípios, empresas com capitais ou dívidas estrangeiras, pelas remessas crescentes a efetuar, tendo receita-papel e ônus-ouro, veem-se todos obrigados a aumentar impostos ou remunerações dos serviços que prestam.
O contribuinte, o funcionário, vendo preços aumentados e vida encarecida, pede a seu turno aumento de estipêndios para poder manter-se; o que obriga os locadores de serviços a novas despesas, isto é, a pedir novas contribuições ao povo. Círculo fechado, no qual cada fenômeno é efeito, e se torna causa de novo efeito idêntico. Gravitar sem fim para a miséria de todos. Chegou, entre nós, a ponto que a fome já não é figura de retórica em discursos eleitorais, e sim terrível sofrimento a esmagar as economias de milhares e milhares de lares pobres, na população urbana.
A solução está no rumo oposto, inverso do seguido até hoje.