só vê no crédito o lado monetário intrínseco, suas facilidades, as condições favoráveis da concessão, as conveniências coletivas da limitação dos lucros e o emprego das sobras a bem da comunhão. Não faz mal, pensam, que a obtenção imediata de tais vantagens deixe de lado o organismo mais social e fraterno das Caixas; apressam os meios de acudir a dificuldades de dinheiro, pois o banco já está nos hábitos, e o outro aparelho exige estudo, aprendizagens e esforço maior. Tem colaboradores espontâneos nos possuidores de capitais à procura de colocação segura e rendosa; enquanto a Caixa é noção nova, uma vitória, sempre difícil, sobre o egoísmo de espíritos imbuídos de individualismo excessivo, precisamente a feição reinante nos meios agrícolas.
Entre um recurso fácil e pronto e uma solução mais custosa, é natural e humano pender para o primeiro. Economicamente, ainda tem razão. Mas socialmente, cristamente, o aspecto é outro. Como sempre, a estrada mais áspera e cheia de sacrifícios é a que leva à Verdade.
Já é muito conseguir o que Luzzatti ideou e fundou. Mas Raiffeisen foi mais alto e mais fundo: a par da necessidade material a que serviu, visou exercitar as almas na prática do auxílio desprendido de contingências egoístas. E a prova imediata, temo-la no estudo das operações, mesmo aqui no Brasil, na resumida e incompleta estatística que compendia a atividade decorrente da lei de 1907.