Estudos Históricos e Políticos

cresce o número dos institutos de solidariedade ilimitada, e se amplia o vulto de suas operações.

Tais índices de progresso, dirão, refletem apenas a base cooperativa saudável do aparelho. Justa ponderação, mas incompleta. Na realidade, a multiplicidade dos pontos de contato entre crédito e elementos formadores da riqueza — terra, homem, esforço — torna a construção fiduciária inabalável. Cresce a confiança e espalha-se como produto orgânico da própria criação. Mas avulta também, porque os iniciadores tiveram fé em si próprios, no alto ideal da empresa, no valor igual de seus semelhantes.

O que custa a compreender, si se não soubesse quão frágil a contingência puramente humana, é que tanto demorasse a nascer a fértil noção de que se um merece crédito, a coletividade solidária muito mais tem direito a ele. Constitui, até, o alicerce mais seguro que imaginar se possa. E então, se, conforme o intuito do iniciador, a coletividade é pequena, de gente que se conheça, de relações entrelaçadas de todo gênero, formando uma célula econômica e social, mais probalidades se oferecem de êxito e de triunfo.

Está apenas em seu período inicial tal conceito, mas, semente de imenso poder germinativo, já vai alcançando largos horizontes. A Alemanha, arruinada pelos erros próprios e alheios, acaba de emergir do báratro do colapso de sua moeda, e da bancarrota, por uma aplicação do mesmo princípio.

A nota bancária, pela exportação das reservas de ouro e pela desordem inimaginável dos orçamentos imperiais consecutivos à guerra, estava anulada em seu valor. A vida econômica da Germânia inteira era um caos em que diariamente se mudavam três e quatro e mais vezes

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