Estudos Históricos e Políticos

Desta forma, nem só o empréstimo é julgado em si próprio, intrinsecamente, como sua origem, sua justificação e seus intuitos se esmiúçam. Tudo é puro no processo; a necessidade impulsora, o meio de a satisfazer, os recursos oferecidos pelo devedor, o alvo inspirador do banqueiro, a finalidade dos produtos do mútuo.

Aí se encontra um grande ensinamento, que, multiplicado diariamente em milhares de reproduções, evidencia o móvel primeiro de semelhante atividade: não o lucro comercial, embora este se dê em moderadíssima escala; sim o dever moral de auxílio fraterno, o pensamento altruísta, a obediência à lição divina.

Cada ocorrência destas, desempenhada em consciência a missão de todos, é uma prece prática ao Altíssimo, oblação do emprestador; outra do beneficiado. A ambos, ensina, e, pela repetição, indelevelmente imprime na alma as máximas supremas: — Amai-vos uns aos outros e a Deus, inspirador paternal de tudo.

Congressos como este têm fins multíplices. Rememoram o passado, para lhes fixarem os lineamentos. Notam os progressos e inscrevem as conquistas feitas. Mas, e quiçá seja este o lado mais diretamente proveitoso, apuram fraquezas e causas de entorpecimentos, para, removendo-as, dar maior impulso às energias criadoras. Esse, também, o aspecto construtor de certas críticas.

Nesse intuito se devem fazer algumas notas, quanto à evolução do organismo raiffeisiano no Brasil.

É imprescindível insistir muito mais no elemento espiritualista do funcionamento das Caixas. Vivemos em país de tendências dispersivas, no qual cada um clama por seus direitos, sem se recordar de seus deveres. Precisamente as Caixas agem em nome dos deveres de solidariedade, instituídos pela Providência, e nisto reside sua força: os direitos derivam apenas dos primeiros.

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