Guiana Inglesa, passando a estação das chuvas no forte de São Joaquim, com o intuito, segundo as suas próprias palavras, "de ter ocasião de determinar astronomicamente a situação desse lugar, sempre considerado, até agora, como o limite oriental da Guiana brasileira". Só mais tarde, a soldo do Governo Inglês, é que procurou fazer valer, com dados nem sempre muito exatos, as pretenções da Inglaterra a essa região contestada e que o rei da Itália, contra tudo o que as duas partes litigantes alegavam, repartia arbitrariamente no laudo de 6 de junho de 1904.
Como acabamos de ver, as expedições do extremo norte em 1780 e 1786 foram dignas de registro por seus resultados científicos, não se passando o mesmo com a primitiva expedição de 1755, da qual fora encarregado, por parte de Portugal, o Capitão-General Francisco Xavier Furtado de Mendonça e por parte de Espanha Dom José de Yturriaga, ao qual o governo de Madrid marcava pingues vencimentos e dava um séquito verdadeiramente principesco (23)Nota do Autor, em contraste com a inópia, a quase penúria da missão lusa. Apesar disso esteve Furtado de Mendonça desde 13 de abril de 1755 até 23 de novembro de 1758 em Marina, no Rio Negro, à espera do nobre espanhol, que nunca aparecia. Findos estes três longos anos de paciente espera, declinou Furtado de Mendonça das suas funções, sendo nomeado para substituí-lo Antonio Rolim de Moura, Governador da província de Mato Grosso, o qual também nenhuma pesquisa geográfica realizou nessa parte das nossas fronteiras, por não comparecerem os delegados espanhóis.