História das explorações científicas no Brasil

"Ao seu mapa do Brasil primitivo", comenta Derby: "só falta a incorporação dos trabalhos dos seus antecessores para ser uma contribuição tão valiosa como original sobre o assunto".

A bela expedição chefiada por Laporte, conde de Castelnau, nessa interessante viagem do Rio de Janeiro a Lima e de Lima ao Pará, trazia como pessoal científico, além do seu chefe, consumado entomólogo, o preparador Emilio Deville, o botânico e médico Hughes A. Weddell e o engenheiro de minas E. D'Osery. O fim precípuo dessa expedição era "estudar, sob todos os aspectos, a vasta bacia do Amazonas." Nunca tivemos expedicionários que nos tivessem visitado com tanta simpatia, a qual se traduz desde essa nota escrita a 17 de junho de 1843: "Foi com profunda alegria e singular emoção que pusemos pé no soIo encantado do Brasil". E não arrefece o entusiasmo do chefe da expedição pela nossa natureza, dando disso eloquente testemunho este breve período que me permito transcrever no original: Il est impossible de douter que tel fut le berceau de la raice humaine, car une région semblante se réprésente uniformement à l´esprit comme étant le paradis terrestre de la cosmogonie universelle des peuples".

Infelizmente D'Osery foi assassinado na Bolívia, desaparecendo com ele o registo das observações astronômicas, meteorológicas e magnéticas feitas durante a travessia pelo planalto brasileiro, procurando o divortium acquarum entre as bacias do Prata e do Amazonas. Da sua pena apenas nos ficou uma pequena nota sobre região já conhecida pelos trabalhos de Eschwege e de Pohl, falando-nos Castelnau de um corte geológico através do continente, feito em colaboração com o seu malogrado auxiliar.

Há na narrativa de viagem de Castelnau uma interessantíssima nota que, a ser confirmada, viria trazer

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