setor: Alberto José de Sampaio para a botânica; Olivério Pinto para a zoologia e Heloísa Alberto Torres para a etnologia. Então terminados os trabalhos, e em vias de publicação, com um prefácio do erudito Afonso de Taunay.
Uma das referências mais interessantes da obra de Marcgrave é a que ele faz aos nomes indígenas de plantas e animais, ao todo quatrocentos e quarenta e três. Não tem sido muito felizes os anotadores, pelo menos na parte referente à zoologia, comparando amiúde os termos de Marcgrave e de Azara, num desconhecimento completo e lamentável da zoogeografia e da sistemática, tomando como a mesma espécie coisas bem distintas. E não andaram nesse caminho errado só os historiadores que têm sido os nossos mais constantes anotadores de coisas de história natural, mas até zoólogos, tidos como de polpa, repetiram esse dislate, mesmo escrevendo em pleno século XX, como Miranda Ribeiro.
A primeira notícia que se tem do preciosíssimo tesouro das pinturas da Exposição Nassau é dada por Johann Gottlieb Schneider em 1876, ao encontrá-las na Biblioteca Real de Berlim, reunidas em dois grandes volumes, sob o título Icones Rerum Brasiliensium — todas em folhas numeradas de pergaminho branco e com breves notas em holandês, do próprio punho de João Maurício de Nassau, compreendendo um total de 34 mamíferos, 102 aves, 55 répteis 125 peixes, 77 insetos e muitas plantas. Já na biografia do seu ilustre irmão fala Cristiano Marcgrave de um trabalho em que figuravam em desenhos coloridos os animais ainda não descritos e por ele vistos no Brasil; mas até ao achado de Schneider não se sabia do paradeiro certo de tais desenhos coloridos (aquarelas ou pinturas a óleo). A coleção a que se refere Schneider é a das aquarelas e tem atualmente, na Biblioteca de Berlim o título Brasilianische Gegenstaende