ainda o não prendiam votos inapeláveis, passando-se para a Faculdade de Filosofia.
Em julho de 1778 dá seu último adeus à porta férrea e pela última vez a "cabra" lhe recorda os seus deveres de Demonstrador. Segue para Lisboa, a preparar-se para vir à terra do seu berço. Demora-se, contudo, ainda cinco anos na Metrópole lusitana, como funcionário do Museu da Ajuda. É aí que delineia o programa dessa "Viagem Filosófica para utilidade da pátria e crédito da nação", dizendo que ao trabalho de coleta de material faunístico e florístico "quem uma vez tomou o gosto ao Estudo da Natureza, chama-lo-á divertimento". Desce neste programa às menores minúcias, determinando que nessa região de intenso calor, logo ao amanhecer "tomando cada um o seu lápis e diário, cuidará de ir notando nele, separados uns dos outros, todos os produtos que for encontrando a passo de seus desenvolvimentos. Ervas, árvores, musgos, fungos, gramas, no Reino Vegetal; quadrúpedes aves, peixes, anfíbios, insetos, vermes, no animal ; pedras, minas, fósseis nas lápides, tudo há de ser recolhido, sem outra averiguação mais que a destes produtos, sem outro cuidado que de os recolher, exceto se houver ocasião de fazer sobre eles algumas reflexões".
Embarca Rodrigues Ferreira em setembro de 1783 na charrúa "Águia Real e Coração de Jesus", trazendo em sua companhia os riscadorcs José Joaquim Freire e Joaquim Codina e o jardineiro Agostinho Joaquim do Cabo, chegando a Belém a 21 de outubro.
Desde 7 de novembro desse mesmo ano de 1783 até fins de 1784 explora Rodrigues Ferreira a ilha de Marajó e as vilas de Alcobaça, Cametá e Pederneiras. Desde o primeiro contato com a grande ilha amazônica se mostra o cuidado do naturalista, designando vegetais e animais pelos seus nomes locais, num esboço rápido da região visitada: