História das explorações científicas no Brasil

Castelnau, que partira de Brest, a bordo do Du Petit Thouars a 30 de abril. Demoraram-se os expedicionários no Rio de Janeiro durante dois meses, fazendo pequenas excursões pelos arredores, herborizando e colhendo insetos, já se apresentando por esse tempo os subúrbios do rio pobres em aves, pobreza que se reduziu à miséria nestes cem anos, graças à nossa falta de educação e à incúria dos governos. Escrevia então Castelnau : "Si le monde vegétal offrait d'abondantes moissons au collecteur, il n'en était pas de même du règne animal, la nombreuse population qui se presse aux environs de Rio de Janeiro a presque entièrement chassé les mammifères, les oiseaux brillants et même les perroquets sont devenus aujourd'hui três rares dans le voisinage immédiat de la ville."

Durante os meses passados no Rio frequenta assiduamente Castelnau a nossa Biblioteca Nacional e bibliotecas particulares, lendo e estudando tudo que se pudesse relacionar com o fim da sua expedição, tendo a sua demora sido mais longa do que esperava, por ter adoecido gravemente. Mas afinal, à meia noite de 12 de outubro, segue por água para porto da Estrela, onde chega às sete e meia da manhã seguinte. Ficam alguns dias em Petrópolis, onde se refaz o chefe da expedição, e daí seguem viagem para Minas, demorando-se em Ouro Preto, Sabará e Pitangui, alcançando as margens do alto São Francisco em 28 de janeiro de 1844. Seguem sempre o rumo de oeste, chegando em abril a Goiás (que considera como uma das mais belas cidades do Brasil). Descem o Araguaia, sobem o Tocantins e, de novo em Goiás, partem para Cuiabá, onde chegam a 12 de dezembro. Descem o Paraguai até Corumbá, sobem o Arinos e rumam para a Bolívia, chegando a La Paz em 15 de novembro de 1845. Vão daí para a capital do Peru, onde ficam de janeiro a maio de 1846, quando iniciam a viagem de regresso,

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