História das explorações científicas no Brasil

enquanto Sellow embarcava para a capital baiana. De volta à cidade de Belmonte o príncipe continuou pelo litoral, tendo como companheiro a Carlos Frazer, que foi com ele até Ilhéus. Subiu Wied o riu São Pedro de Alcantara, seguindo pelas florestas e campos gerais até ao arraial da Conquista, ponto extremo de sua viagem, voltando daí para a cidade do Salvador, mas, chegando a Lage, foi preso e conduzido para Nazareth onde passou, como prisioneiro, a semana santa de 1817. até que se verificasse que ele não era "inglês" nem "pernambucano". No dia 10 de maio de 1817 embarcou Maximiliano de Wied para a Europa, a bordo da "Princesa Carlota", chegando a Lisboa a 2 de julho, depois de dois anos de estadia entre nós.

O livro em que narra a sua viagem é do mais alto interesse biogeográfico, não esquecendo nunca o príncipe naturalista de referir onde começara a observar este animal ou aquela planta, de confrontar as observações de Marcgrave, de Humboldt e de Azara, corrigindo-as ou confirmando-as. Assim é que, subindo o rio Belmonte, regista que pela primeira vez encontra "a anhuma ou cemichi (Palamedea cornuta) que é rara a esta distância da foz do rio"; que no sertão da Bahia aparece o sagui preto e mais para o norte o de orelhas com tufos brancos; que "o guará ou lobo habita com os veados as regiões abertas e parece ser comum em toda a superfície da América Meridional desprovida de matas"; que se encontram nos campos gerais "entre as produções novas da natureza a ema e a seriema, seu constante companheiro"; que o zabelê, comum desde o Rio até Belmonte, parece não frequentar a costa marítima daí até Ilhéus; que antes ninguém inquietava a ema: — "foi preciso que europeus ávidos chegassem para perturbar-lhe o repouso e atentar contra a sua vida".

História das explorações científicas no Brasil - Página 263 - Thumb Visualização
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