comparação bem apurada examinando, em Cabo Frio, lado a lado, três chineses e alguns índios".
A longa estadia em nosso país do sábio dinamarquês Pedro Guilherme Lund, motivada pelo estado dos seus pulmões como pelo interesse que nasceu da sua primeira visita à fazenda "Porteirinha", do seu compatriota Claussen, não pode ser estudada entre as expedições científicas, não cabendo aqui a análise do que foi essa série de escavações e achados que levaram a estabelecer-se a "raça de Lagoa Santa".
Houve na realidade uma expedição científica dinamarquesa, que tocou de passagem em nosso país, mas da qual os resultados são, no que diz respeito ao conhecimento da nossa natureza e da nossa gente, completamente negativos. Quero referir-me à expedição da corveta "Galatéa" que, partindo de Copenhague em junho de 1846, esteve de passagem no Rio de Janeiro em princípios de 1847, e da qual fazia parte o zoólogo Reinhardt, indicado por Lund como sendo a pessoa em condições de estudar o rico material paleontológico por ele remetido ao rei Cristiano VIII, das grutas calcárias de Minas Gerais.
Alcides D'Orbigny veio à América do Sul, contratado pelo Governo argentino. Esteve no Rio de Janeiro de 24 de setembro de 1826 a meados de outubro desse mesmo ano. Passou em Montevidéu por ocasião da guerra Cisplatina, tendo aí estado alguns dias na prisão e depois de livre, encontrado grandes dificuldades em conseguir salvo-conduto para transferir-se para Buenos Aires. Tal empecilho vinha de que as autoridades brasileiras estavam escarmentadas com o logro que pouco antes lhes passara um suposto "naturalista". Desse azedume pela demora e pelo vexame da prisão resultam as páginas menos amáveis possíveis para com o povo brasileiro, sendo de alívio e desafogo as suas palavras ao encontrar-se afinal