História das explorações científicas no Brasil

"Em geral o nosso índio, diz ele, é de estatura baixa, tronco grosso e largo, pescoço e membros curtos". As diferenças sexuais lhe pareceram medíocres, quanto à morfologia externa do corpo.

"As mulheres em geral, todas têm um aspecto varonil, isto é, na estrutura do tronco e dos membros, são muito aproximadas ao sexo masculino, a ponto de, pelas costas, confundirem-se os sexos; contudo em algumas tribos variam na estatura".

Seus escritos antropológicos estão quase todos na Revista da Exposição Antropológica do Brasil, de 1882, notável empreendimento científico que devemos ao esforço de Ladislau Neto.

Nas suas viagens coligiu Barbosa Rodrigues minuciosas informações sobre as tribos de indígenas que visitou, sendo auxiliado nesse contato com os selvícolas pela figura heroica, cheia de abnegação e de bondade de sua esposa, Dona Constança Barbosa Rodrigues. A ela se deve o muito que ele conseguiu com a catequese e aldeação dos crichanans.

"De valor especial", diz Von Ihering, "são as suas comunicações sobre antiguidades da Amazônia", tendo percorrido uma zona muito extensa. A linguística lhe deve essa grande e importante Poranduba Amazonense.

Às vezes, porém, ele se deixou embalar pelos sonhos do seu entusiasmo e o poeta das Veladas Noturnas aparece nos trabalhos científicos, tal como sucedeu ao tratar desses misteriosos muiraquitans, em cujo estudo deu livre curso à sua fantasia.

Era Barbosa Rodrigues um entusiasta da nossa gente e, no prefácio dessa preciosa Mbaé kaá escreve: "Foi o seu suor que regou a terra; foi a sua mão forte que amparou os passos dos descobridores, e abriu-lhes o caminho para a prosperidade; entretanto disto nos esquecemos para condenar a sua geração. Mas, se ele foge ante o

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