História das explorações científicas no Brasil

informaria Dom Manuel aos Reis Católicos que o seu Capitão descobriu a terra que chamou de Santa Cruz," a qual pareceu que Nosso Senhor quis que se achasse porque é mui conveniente e necessária à navegação da índia". Mas... continua a mesma real missiva, Pedro Alvares Cabral "pelo caminho grande que tinha para andar não se deteve para se informar das coisas desta terra".

E desde logo vieram novas expedições: corsários, piratas, aventureiros, na pilhagem dessas "gentes, como na primeira inocência, mansas e pacíficas", no tráfico da madeira preciosa, no sonho do ouro aqui chegaram, encontrando muitos o justo castigo do oceano enraivecido ou de selvagens não tão pacíficos como os de Caminha e Dom Manuel.

Também El-Rei fazia preparar novas naus que lhe levassem, de retorno, mais seguras notícias da terra e da gente, com o conhecimento mais profundo das costas da terra recentemente achada, ou contratava com cristãos novos o arrendamento da terra que vinha de ser descoberta e o tráfico do Brasil (que, segundo a carta de Rondinelli, "não tinge com a perfeição com que o faz o do Levante), com a condição de serem reconhecidas, em cada viagem, duzentas léguas de costa e construídos fortes, de cuja conservação se responsabilizavam por três anos.

Foram sem conta estas expedições exploradoras, umas oficialmente reconhecidas, outras clandestinas, contando-se entre as derradeiras não só as organizadas por aventureiros e contrabandistas, como as que tanto da parte de Portugal como de Castela, eram enviadas com o fim de espionagem e reconhecimento das terras situadas fora dos limites que lhes haviam sido impostos em Tordesilhas. De muitas de tais viagens não nos resta nem a mais remota reminiscência, ou cautelosamente escondidas em seus

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