História das explorações científicas no Brasil

devia seguir uma reta partindo da mesma latitude até encontrar a origem principal daquele rio. Foi oficialmente assentado que, com a nascente do referido afluente do Amazonas se achasse ao norte do paralelo 10º e 20', a fronteira seguiria por uma linha oblíqua ao Equador desde a confluência do Beni até à origem principal do Javari. Restava, porém, localizá-la, saber onde ficava. Mais tarde, em 1874, quando se tratou de fixar os limites com o Peru, os demarcadores não conseguiram também achar a procurada nascente e colocaram, então, para indicá-la um marco num local que julgaram conveniente e calcularam arbitrariamente que a sua distância da nascente seria de três milhas e deram a esta a latitude de 7º 11' 17,5" sul. Erro grave. Este traçado prejudicava o estado do Amazonas em 242 léguas quadradas. A vista disso o governo suspendeu os trabalhos e entendeu-se com a Bolívia para proceder a nova retificação da fronteira. Ficava portanto o Acre em terreno litigioso".

Pelo tratado de Petrópolis, de 17 de novembro de 1903, a que já aludimos, comprava o Brasil as bacias do Alto Acre, Alto Juruá e Alto Purus. Por esse tratado, diz Oliveira Lima, "O território contestado, de 142.900 quilômetros quadrados de extensão, tornou-se brasileiro, e a Bolívia cedeu mais ao Brasil um território todo boliviano de 48.100 quilômetros quadrados, em troca da retificação da sua fronteira ao norte de Vila Bela e em diversos pontos da parte Sul, limítrofe de Mato Grosso".

Para procurar as origens do Javari e "baixar pelo álveo do mesmo Javari até onde desemboca no Amazonas ou Marañon se constituiu em 1780 a quarta partida demarcadora da qual era comissário cosmógrafo o Dr. João Batista Mardel que desse rio tão famoso depois pela insalubridade, escreve longas cartas ao Capitão-General João Pereira Caldas acerca da prática com o gentio

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