História das explorações científicas no Brasil

tão difícil de defender: eram os franceses, os anglos, os batavos que vinham à porfia fixar-se no Novo Mundo. A pequena colônia de Suriname, que ficara com a Holanda depois da paz de 1661, aparecia como uma ameaça à tranquilidade da Coroa portuguesa, que tratou de mandar averiguar da realidade da comunicação do Orenoco com o Rio Negro. La Condamine, ao dar a narração abreviada da sua viagem de Tarqui à foz do Amazonas assim se manifesta sobre essa questão: "Embora a junção destes dois rios esteja mareada nas velhas cartas, sem nenhum equívoco possível, todos os geógrafos atuais a suprimiram nas modernas, como se se tivessem combinado, e que ela tenha sido tratada de quimérica por aqueles que pareciam na realidade estar melhor informados". E lembra o mesmo navegante que Nicolas Hortmann, natural de Hildeshein, subiu o Essequibo e, depois de atravessar lagos e campinas com fadigas incríveis, chegou enfim a um rio que corria para o sul e pelo qual desceu até ao Rio Negro.

Já em 1718 o Capitão Francisco Ferreira, por ordem do Governador Bernardo Pereira Berredo, descobrira as entradas e saídas do Rio Branco, "região onde até então nenhum homem branco havia entrado".

Mais tarde, sendo intendente da Agricultura da Capitania do Rio Negro, até lá subiu Francisco Xavier Ribeiro de Sampaio em 1774, escrevendo uma Relação geográfico-histórica do Rio Branco da América Portuguesa, que ficou inédita.

A comissão encarregada de reconhecer estas fronteiras com Suriname era a mesma que deveria ir explorar o Guaporé, constituída, como já dissemos, pelo Capitão Ricardo Francisco de Almeida Serra, doutor geômetra Antonio Pires da Silva Pontes e o cosmógrafo Dr. Francisco José de Lacerda e Almeida. Na Portaria

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