entregue ao chefe da comissão diz o Governador Pereira Caldas: "Ordena-me Sua Majestade fazer expressamente procurar com o maior cuidado e toda a certeza possível se, pelo Rio Branco ou qualquer outro rio, lago ou passagem, existe alguma comunicação dos holandeses com as possessões portuguesas e espanholas, este reconhecimento sendo de grande importância para os interesses das duas Coroas de Portugal e de Espanha, sobretudo pelos relatórios que afirmam que, pelo rio Essequibo e rios que nele se lançam, os holandeses comunicam por água com o lago Parima e por este com o Orenoco de um lado e o Rio Branco do outro".
Determina ainda que os expedicionários subam o rio Branco até aonde for possível, certificando-se na carta da Capitania se não há algum ponto a retificar e qual o ponto certo das nascentes desse mesmo rio Branco. Parima ou Urariquera, determinando até aonde é navegável, que montanhas aí existem que, "formando as vertentes desses rios possam constituir a linha extrema de separação dos dois domínios de Portugal e Espanha; quais os outros lagos e rios aí se encontram que, desembocando no rio Branco, na margem ocidental, podem facilitar a comunicação ou passagem para o Orenoco e os domínios espanhóis e que montanhas aí existem, podendo servir de semelhante separação entre esses domínios dos espanhóis e dos portugueses; que rios e lagos se lançam no rio Branco por sua outra margem oriental, onde estão as suas nascentes, especialmente o Tacutú, o Mahú e o Piraia, que são os que oferecem a comunicação indicada com os holandeses pelos rios Rupunami e Essequibo e enfim se alguns outros rios que se lançam no Amazonas, como o Urubú e o Trombetas, têm igualmente as suas cabeceiras na vizinhança das sobreditas possessões holandesas e oferecem com elas uma comunicação que conviria evitar".