em Minas Gerais e obrigou o congresso estadual a ditar regras que removessem os óbices originados dessa oposição ao livre incremento da mineração. Quer como servidão passiva nos terrenos de propriedade federal, quer como direito de passagem mediante remuneração módica em terras particulares, o essencial é não permitir que a má vontade de possuidores de terras, situadas entre a usina transmissora e a usina receptora, inutilize os esforços criadores de uma indústria nova, negando passagem às canalizações elétricas. Nisto há vantagem para os próprios donos das fazendas intermédias, pois evita a construção dos regos adutores de águas e todos os inconvenientes que podem originar-se deste fato, como arrombamentos, intimidações, destruição de tapumes e outros.
Os trabalhos de lavra subterrânea dos depósitos auríferos foram durante muitos anos dirigidos de modo a causar graves prejuízos a toda zona adjacente, perturbando seriamente o seu regime meteorológico. Pior ainda: o sistema seguido, muito dispendioso, onerava as empresas exploradoras, sem deixar de gravar o futuro da produção agrícola do distrito, apesar das remunerações ocasionadas pelo método observado. Referimo-nos ao consumo inacreditável de madeira feito pelos mineradores para os escoramentos no interior das galerias e salões, formados pela retirada do enchimento dos vieiros. A devastação sistemática das florestas, produto aziago da procura intensiva, largamente paga aliás, de vigas, pranchões e mais peças, por parte das companhias exploradoras, influiu de modo desastroso sobre todo o distrito dos altos vales do Rio das Velhas (até o Paraúna) e do Rio Doce (até Ponte Nova), alterando o regime das águas, despovoando de suas melhores essências as matas de beira-rio.