As minas do Brasil e sua legislação

cerca de oito porcento, por causa do favor especial concedido às companhias de mineração, de importarem sem pagar direitos alfandegários os materiais indispensáveis a seu custeio.

Esta situação, porém, é natural que mude. Tratando o governo de estabelecer uma fábrica de pólvora sem fumaça, está claro que aí deverão ser preparados também explosivos industrais, e a dinamite passaria a ser fabricada no país. A aquisição dos direitos para explorar a patente representa, por unidade ponderal produzida, ônus muito menor do que os fretes e seguros da Europa até aqui, e é natural esperar-se barateamento nas despesas das minas com o desmonte do material dos vieiros, apenas o governo federal ponha em prática o plano elaborado para a obtenção das pólvoras nítricas. As demoras havidas em dar seguimento a este programa, filhas, naturalmente, do escrupuloso estudo dos fatores para se adotar a melhor solução do problema, têm influído de modo desvantajoso no custeio das empresas, pois é certo que do funcionamento normal da fábrica de explosivos bélicos e industrais resultarão economias para a parte da fortuna pública empregada na indústria das minas, nas pedreiras, nas obras públicas e outras, em que o concurso do poder expansivo dos gases deflagrados é essencial à redução do custo dos trabalhos.

É conhecida a influência da imitação nos progressos industrais, de que na mineração do ouro no Brasil encontramos exemplos numerosos: os pilões de esmagamento sob camada d'água representavam o grande melhoramento introduzido por Eschwege, que todos adotaram; de então para cá se procurou sempre melhorar estes aparelhos, aumentando-lhes a capacidade de trabalho, a facilidade das reparações, a uniformidade nos