As minas do Brasil e sua legislação

gastos do material, as condições de estabilidade mecânica dos maquinismos; mas os dois princípios diretores das instalações, isto é, o soque dentro d'água e a classificação enriquecedora das areias auríferas por métodos hidraúlicos, esses ficaram de pé.

Eram conhecidos os efeitos perniciosos dessas duas bases de ação, que achatavam os grãos de ouro, fragmentando-os de modo a aumentar a porcentagem do metal arrastado pela água, inacessível aos meios postos em jogo para vencer a flutuação das partículas. Não se exerceram, entretanto, esforços no sentido de combater este mal em sua origem ou de atenuar-lhe os efeitos; no contrário, conservam grandes porções de areias pobres, multiplicaram-se os aparelhos classificadores baseados sempre no mesmo jogo de forças, a gravidade e o empuxo, encarecendo, em suma, as operações além do que rendia o ouro assim retido a mais da porcentagem normal nas instalações menos complicadas.

Não foi incompetência dos directores das lavras, e sim tendência natural a imitar, para melhor, nos casos mais favoráveis, as minas congêneres que já funcionavam com resultados práticos conhecidos. Do mesmo modo, o consumo do mercúrio nos pans ou nos clindros amalgamadores é aumentado além do necessário pela composição química de nossos minérios, que obriga a tratamento metalúrgico especial, dispendioso e incômodo, para vencer as resistências de ordem molecular. Pois bem, há processos, de longa data indicados para o nosso caso, que procuram cortar o mal no nascedouro. Eliminam-se as perdas dos mercúrios pelo emprego das soluções cianuretadas, mais baratas, podendo ser parcialmente regeneradas. Estes métodos têm permitido retirar até 97% do ouro revelado pela análise química dos minérios, e, entre nós, a primeira tentativa em larga