As minas do Brasil e sua legislação

Tudo conspira, portanto, no sentido de mais perfeitamente se aproveitarem elementos naturais, forças existentes em tão grande quantidade por toda parte onde também se encontram os trechos de mineralização mais intensa do nosso território, principalmente quanto ao ouro. Leva-nos isto a encarar o problema, indissoluvelmente ligado ao precedente, do preparo técnico dos diretores dessas empresas exploradoras, e da necessidade de se constituir um corpo de profissionais brasileiros capazes de dar impulso às nossas minas, sem ficarem na dependência contínua de instrutores de além-mar.

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Por mais dignos, úteis e leais cooperadores de nosso progresso sejam esses profissionais estrangeiros, e o autor deste parecer folga em proclamar tais os engenheiros que têm estado à frente das companhias inglesas e anglo-francesas de Minas Gerais, é incontestável que um país não está industrialmente aparelhado para a produção franca de um gênero qualquer, enquanto, com recursos próprios, não pode organizar o estado-maior e menor das empresas correlatas. É este um dos mais graves problemas ligados ao desenvolvimento da indústria extrativa mineral.

Sabem todos que, enquanto temos profissionais brasileiros à frente de mineração de manganês, diamantes, mica, pedras coradas, e outras, bem como de indúatrias ligadas a estas, os serviços das lavras auríferas têm constituído um como monopólio de companhias estrangeiras, principalmente inglesas.

Entrar nas povoações, que se constituíram em torno da mina como centro, impressiona como penetrar em terra estranha: novos hábitos modificaram para melhor