As minas do Brasil e sua legislação

Os trabalhos do Sr. Montague estenderam-se por 25km desde a cachoeira da Samambaia até Jenipapeiro e consistiram em perfurações com uma sonda empire e na abertura de pequenos poços dos quais eram retirados alguns decímetros cúbicos de cascalho para serem experimentados na bateia.

Acreditava o Sr. Montague que o Rio Itapicuru tinha, outrora, outro leito, diferente do atual e relativamente fixo, que ele procurou determinar com sondagens, e terraços mais recentes, entre os dois leitos. Nos cascalhos do suposto leito antigo, afirma o Sr. Montague ter encontrado uma média de 30g de ouro por metro cúbico; e 20g, em média, no material dos terraços. Estes dados carecem confirmação.

Pelo exame rápido que fizemos na região, num período impróprio para pesquisas, devido às inundações, não nos pareceu haver no Itapicuru dois leitos definidos. Como acontece no Rio Paraguaçu, sujeito à mesma evolução geológica, deve o Rio Itapicuru ter divagado no correr dos tempos pelo desenvolvimento natural dos meandros, formando um largo terraço, do qual uma pequena faixa corresponde ao leito atual. Esta hipótese é confirmada pelas catas abertas pelos faiscadores em toda parte onde o solo confirma a deposição aluvial.

No trecho em apreço, a camada de cascalho tem uma espessura que varia desde 30cm até dois a três metros, e se acha coberta por uma capa de areias e argilas estéreis com quatro a seis metros de espessura.

Encontramos em alguns cascalhos de Conceição, que fizemos lavar, uma média de quatro a cinco gramas de ouro por metro cúbico. Vários faiscadores, porém, entre os quais o Sr. Siciliano Marinho, que ali viveu toda a sua vida e conhece bem a mineração, nos confirmaram que por