africana. Sobre ser moroso e pouco econômico, este processo abandona, ademais, entre as catas, grandes faixas de cascalhos virgens, inutilizando a jazida.
Para os mineiros, o trabalho no Itapicuru é muito rendoso. Cada faiscador apura, por dia útil de trabalho, uma média de um grama de ouro. Esse grama de ouro vendido no local rende 12$000 (1), ou seja, quatro a seis vezes o salário dos trabalhadores rurais. Entretanto, ninguém se enriquece nas lavras, porque o sertanejo só trabalha para comer e beber e, desde que tenha algumas moedas no bolso, não volta ao trabalho.
A melhor maneira de se explorar os depósitos auríferos do Itapicuru é por meio do desmonte hidráulico. Este processo deu os melhores resultados nas explorações diamantinas do Paraguaçu. Por meio de bombas de alta pressão instaladas num ajoujo (canoas ligadas) e de bombas de areias montadas na margem da corrente, conseguem-se grandes catas, no fundo das quais o ouro se concentra num volume reduzidíssimo. Nada mais se tem a fazer do que separar os seixos maiores por meio de um crivo e tratar as areias grosseiras em mesas ou calhas vibrantes.
A jusante de Jenipapeiro, as várzeas marginais do Itapicuru alargam-se cada vez mais. Não há estudo algum sobre estes depósitos. Desde que eles se afastam dos vieiros matrizes do ouro, é provável que este metal se vá escasseando rio abaixo. Mas pelo menos é certa, no Itapicuru, a presença de diamantes, sobretudo na região de Cajueiro.
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