No fundo desse funil do Rio Itapicuru-Mirim, acumularam-se importantes aluviões auríferas, à custa dos detritos das serras que o circundam. Entre os córregos de regime torrencial que das mesmas serras emanam, destaca-se pela sua riqueza o Ribeirão do Ouro. Foi na confluência destes dois rios, pela exploração destas aluviões pintadas de ouro, que surgiu, na aurora do século XVIII, a povoação de Jacobina.
Fronteiro à cidade, do lado de sul, o morro da Cruz tem sua base, junto ao Rio Itapicuru, cortada pela linha férrea. Toda esta colina é aurífera e de suas encostas se retiram ainda hoje cascalhos que são lavados no Rio Itapicuru. O morro é constituído de quartzitos areníticos ou conglomeráticos, de tonalidade branca, que pela desagregração deixam um solo estéril, onde vegetam cactáceas. Nos cortes da estrada de ferro, aprecia-se bem as camadas de conglomerados, com 20cm até dezenas de metros de espessura, intercaladas com leitos de quartzito, orientados N 20º E e inclinados de 75º para leste. Os seixos do conglomerado são sempre elipsoidais e roliços, com cinco a dez centímetros, em média, de diâmetro, constituídos de quartzito branco, como o próprio cimento, mas dele se destacando facilmente, conforme mostra a fotografia junto. As faixas de quartzito intermediárias são também branquicentas, ora bastante friáveis, ora resistentes. Num ou noutro ponto estes quartzitos mostram-se tintos de verde. Esta cor pode ser, às vezes, atribuída a palhetas microscópicas de mica fucsita; mas outras vezes é a própria massa do quartzo que se mostra tingida.
Na base do morro da Cruz há grandes cortes em conglomerados, onde se tem extraído pedra para o lastro da linha férrea. Todo esse material pinta ouro, mas de um modo geral encerra menos de um grama de