ouro por tonelada. Há contudo, no seio dessa rocha, manchas mais ricas que são buscadas pelos faiscadores. Um grupo de três faisqueiros que encontramos bateiando cascalhos dessa serra, no Rio Itapicuru, obtinha seis grãos de ouro por dia de trabalho, ou uma média de um décimo de grama por pessoa e por dia.
Os cascalhos do rio, dentro da cidade, apesar de muito lavados ainda produzem ouro. Tanto quanto pudemos apurar, a média de metal conseguida por um faiscador trabalhando no leito do Itapicuru ou do Ribeirão do Ouro, regula entre dois e três grãos. Geralmente os terraços marginais são mais ricos, mas exigem grandes trabalhos para retirada da capa estéril. Na várzea que se estende a montante de Jacobina parece haver grandes áreas ainda virgens. Uma pretinha de nome Maria, que nas horas vagas faisca ouro num pasto pertencente ao Sr. Arsenio de Moraes, junto à estacão de Jacobina, conseguiu encontrar, em 1934, várias pepitas, as maiores pesando 34, 19 e dez gramas.
Na Serra da Conceição, atrás da cidade de Jacobina, toda ela constituída de quartzitos e conglomerados da Série das Lavras, há boas manchas auríferas. A julgar pelas escavações antigas, o ouro se concentra sempre nas faixas do conglomerado, dispostas, aí, verticalmente. Num dos pontos onde havia mineração, verificamos que a zona mais rica correspondia a um conglomerado consistente, com cimento de quartzito esverdinhado, contendo fucsita e pirita. A hipótese de que o ouro dos conglomerados é residual, como os diamantes e carbonados, parece afastada pelo fato de que a mineração não se restringe ao cimento. Nos trechos onde a rocha se acha alterada, observam-se palhetas de ouro, evidentemente secundária, enchendo as fendas dos seixos de quartzito.