Colhidas nos flancos da montanha, as piçarras auríferas são trazidas para serem lavadas em poços abertos nas grotas, ou, no caso de escassez d'água, no próprio Ribeirão do Ouro.
Quando o material aurífero se mostra resistente, é desmontado com fogachos de pólvora ou dinamite, triturado a martelo e peneirado em crivos primitivos.
Ainda aqui a mineração de ouro é pouco remuneradora. Um grupo de seis pessoas, que encontramos numa das lavras da Serra da Conceição, conseguia, durante uma semana de trabalho, desmontar, triturar, peneirar, transportar e lavar 2,5 a 3,5 metros cúbicos de conglomerados, apurando apenas quatro a seis gramas de ouro. O resultado médio por pessoa e por dia era, portanto, de um nono a um sexto de grama de ouro, valendo 1$300 a 2$000.
Em começo de 1935 avaliava-se em quatrocentos o número de faiscadores em atividade no município, assim distribuídos: cem nas serras dos arredores da cidade; cem no Rio Itapicuru-Mirim; e 200 na Serra das Figuras, a nordeste de Jacobina.
Não há estatísticas, nem dado algum sobre a quantidade de ouro extraído no município de Jacobina. Como avaliação grosseira, admitimos que os 400 faiscadores citados trabalham em média 200 dias por ano, com o rendimento médio, diário, de dois grãos (um décimo de grama). Temos, assim, para a produção anual do município, oito quilogramas de ouro.
Minas da Serra do Vento, da Companhia Minas de Jacobina
Acham-se estas minas no sítio Itapicuru, junto ao arraial de igual nome, na Serra do Vento, a dez quilômetros de distância da cidade de Jacobina. Esta distância é vencida parte em estrada carroçável, parte em trilho de