I
O mais volumoso dos argumentos foi contra o método psicanalítico para a interpretação da cultura, empregado pelo Autor como "hipótese de trabalho". E ao "evolucionismo" freudiano contrapôs-se o emprego dos métodos das novas escolas histórico-culturais. Passo de largo sobre os juízos apressados de algumas pessoas, ignorantes não só do que seja a psicanálise, como do que seja o método histórico-cultural, nos seus desenvolvimentos mais recentes e suas aplicações ao problema da cultura.
O professor José Imbelloni, de Buenos Aires, filia-se ao número dos histórico-culturalistas. São bem-conhecidos dos estudiosos brasileiros os seus notáveis trabalhos de antropologia e etnologia. E sua posição metodológica ficou definitivamente firmada no seu livro Epítome de Culturologia (Col. Humanior, vol. I, Buenos Aires, 1936). Imbelloni segue as pegadas de Graebner, Foy, Ankermann, Schmidt... e outras conhecidas figuras do método histórico-geográfico ou histórico-cultural.
A análise que o prof. Imbelloni fez ao Negro Brasileiro na Revista Geográfica Americana (Abril de 1935, pag. 298) contém palavras altamente elogiosas ao Autor. Imbelloni destaca a orientação seguida na primeira parte: "Muchos son los conocimientos demográficos, sociologicos y etnográficos que el lector extrae de este tomo del dr. Ramos, cuya caracteristica más digna de elogio es que una prosa cerrada y densa, desprovista en absoluto, de amplificaciones literatoides, nos apresenta una ordenada y objetiva