O negro brasileiro 1º v. - Etnologia religiosa

Já é tempo de rompermos com esses passatempos folclóricos e recreativos, em que viveram se divertindo gerações e gerações de gramáticos e filólogos nacionais.

III

Em longo trabalho na Revue de la Societé d'Histoire et de Géographie d'Haiti, faz o dr. Price-Mars, o conhecido especialista de assuntos negro-haitianos, o estudo de Le cycle du nègre, a propósito do que ele chama "a escola de antropo-sociologia brasileira" (Rev. cit., vol. 8, nº 26, 1937, pags. 1-34). São das mais lisonjeiras as expressões que emprega para com o Autor de O negro brasileiro. Destaca inicialmente o dr. Price-Mars a nossa posição em frente ao problema do Negro: "Reprenant a pied d'oeuvre les travaux du précurseur illustre que fut Nina Rodrigues et qui apporta sur le problème des races noires importées au Brésil tant d'observations dont l'intérêt reste encore considérable, Arthur Ramos... a posé les données du probleme non point en terme de races inférieures ou superieures mais en terme de culture" (pag. 13).

Entrando na discussão metodológica de O negro brasileiro, critica desde logo Price-Mars o emprego da expressão "fetichismo" como caracterizando certas formas das religiões africanas, invocando a autoridade de um Frobenius, de um Delafosse, de um Seligman etc., que condenaram o uso daquela expressão. O dr. Price-Mars tem toda a razão. Em trabalhos posteriores, pus a questão em seus devidos termos, como se poderá ver nas páginas de