O negro brasileiro 1º v. - Etnologia religiosa

As culturas negras do Novo Mundo (esp. pag. 22, com a transcrição de uma observação de Frobenius sobre a expressão fetichismo).

Mas a crítica principal de Price-Mars se dirige também contra o que ele julga os "preconceitos evolucionistas", e principalmente contra as teses do pensamento pré-lógico de Lévy-Bruhl. E o professor haitiano consagra várias páginas do seu luminoso estudo a contestar as teses de Lévy-Bruhl apoiado nas objeções de um Bergson, de um Pinard de la Boullaye, de um Oliver Leroy, de um Goldenweiser.... bem como para desmentir a pretensa incapacidade atribuída ao primitivo de se elevar à forma de raciocínio do adulto branco.

De pleno acordo, quanto à segunda dessas objeções. Eu próprio, nos meus trabalhos, me tenho batiod, até em polêmicas com ilustres adversários, pela capacidade civilizadora do Negro. Coloco a questão, como o próprio prof. Price-Mars o reconhece, no seu estudo, em termos de cultura e não em termos de raça. Aí estão os meus livros e os meus cursos para prová-lo e creio que não preciso de repisar argumentação neste particular.

Agora quanto a Lévy-Bruhl... Já em carta de 22-7-1937, eu respondia ao dr. Price-Mars: "... a expressão de mentalidade primitiva, que tomei a Lévy-Bruhl, não a emprego no sentido dos evolucionistas puros. No meu curso de psicologia social, emprego a expressão "mentalidade primitiva" no sentido psicológico-cultural. Tanto o Negro, como o Branco, como qualquer outra raça poderá apresentar em certas condições de ambiente social e cultural, características de mentalidade primitiva. A minha preocupação