saudade". Tanto mais que esses colonos se dirigiram ao Brasil impelidos pela necessidade e não pelo desejo de admirar as belezas naturais do país.
Não está excluída a possibilidade de que a situação dos colonos nas terras pertencentes a Langsdorff, fosse relativamente melhor do que em outras fazendas. Mas não por acaso os dois dízimos que eles eram obrigados a dar ao Estado e ao fazendeiro, levaram G. G. Manizer a estabelecer analogia com o obrok, pois os colonos de fato se convertiam em servos da gleba.
O sistema de peonagem, amplamente desenvolvido nos países da América Latina, e que até hoje subsiste, é um exemplo bem ilustrativo de como pessoas juridicamente livres são submetidas de fato à servidão.
4. O material botânico e zoológico pertencente à expedição foi encontrado em 1930 e se acha no Arquivo da Academia de Ciências da URSS.
5. Este diário foi, ao que parece, escrito por Florence em dois exemplares, pois o texto do original manuscrito, existente no Arquivo da Academia de Ciências, não coincide por inteiro com o trabalho citado por G. G. Manizer. (Arquivo da Academia de Ciências, dep. nº 68, invent. 1, nº 9.)
Uma parte do diário de Florence, conforme já indicamos acima, foi publicada na Revista do Museu Paulista, 1929, t. XVI, pág. 880-899, sob o título "De Porto Feliz a Cuiabá" (1826-1827) (Diário de viagem de um naturalista da expedição do Barão de Langsdorff). Com base em fragmentos do diário, Alfredo d'Escragnolle Taunay escreve uma introdução em que faz detalhada descrição da atividade da expedição de G. I. Langsdorff. O artigo foi preparado para a publicação em 1928 por Affonso de E. Taunay, que lhe acrescentou breve prefácio, no qual transmite informações sobre a biografia de Florence e faz uma apreciação inteiramente positiva de seus trabalhos na esfera dos estudos brasileiros.
No Arquivo da Academia de Ciências da URSS (dep. 63, invent. 1, nº 21) existe um pequeno manuscrito de Florence, intitulado — "Esquisse pittoresque du voyage de Porto-Feliz à Cuyabà et explications des dessins ci-joints." Esse trabalho foi publicado por nós, em língua russa, na revista Sovietskaia