A expedição do acadêmico G. I. Langsdorff ao Brasil, 1821-1828

de diferentes aspectos e em grande quantidade. Eles atraíram de tal modo minha atenção que tomei a firme decisão de adquirir alguns conhecimentos desta parte da história natural, que até agora continuo desconhecendo, e colecionar diferentes espécies".

Isso o conduziu ao estudo dos processos de conservação de peixes e forneceu posteriormente o tema para o artigo "Observações sobre o embalsamamento e a ressecação dos peixes", apresentadas na Academia de Ciências por Langsdorff, membro correspondente da Academia e da Sociedade Científica de Göttingen" in Revista Tecnológica, edição da Academia de Ciências, t. II, nº 2, ano 1805. Este artigo corresponde, parece-nos, ao recebimento do título de membro correspondente e foi escrito em 1803. Dele foi copiada a nota biográfica citada.

Em 1800 apareceram dois trabalhos de Langsdorff: um foi o Nachrichten aus Lissabon über das weibliche Geschlecht, die Beburten und Entbindungskunst in Portugal, em alemão, evidentemente vinculado, pelo conteúdo, ao tema da tese em latim; outro foi o Observações sobre o melhoramento dos hospitais em geral, por Jorge Henrique Langsdorff, médico do Hospital da nação alemã em Lisboa, etc., em português, contendo a descrição da experiência de um plano de organização de confortável hospital, que compreende desde o edifício até os formulários para registro da evolução da enfermidade do paciente. É digno de menção o fato de que durante os dois anos e pouco de sua permanência em Portugal, Langsdorff dominou de tal modo o idioma, que já podia escrever livros em português.

Em 1801, tomou parte na campanha das tropas inglesas contra os espanhóis. Depois da paz de Amiens, Langsdorff voltou-se para o trabalho científico e reatou suas ligações com os círculos dos cientistas, mantendo relações de amizade com os homens de ciência franceses Haüy, Olivier, Bose, d'Antin, Latretlie, Geoffroy, Prognard, Dumeril e outros. Mais ou menos por esse tempo (desde 29 de janeiro de 1803, segundo a Relação dos Membros da Academia de Ciências, de B. E. Modzalievsky), Langsdorff foi efetivado como membro correspondente da Academia de Ciências (como "Doutor em Medicina, Lisboa"). A correspondência com a Academia foi iniciada ainda em Portugal. Conforme ele mesmo admitiu, as relações