Viagem pelo distrito dos diamantes e pelo litoral do Brasil

morosos e apáticos. Além disso correm frequentemente o risco de serem esmagados pelas pedras que se destacam das jazidas ou soterrados pelos desmoronamentos. Seu trabalho é contínuo e penoso. Sempre sob as vistas dos feitores eles não podem gozar um instante de repouso. Todavia quase todos preferem a extração dos diamantes ao serviço de seus donos. O dinheiro que eles conseguem pelo furto de diamantes e a esperança que nutrem de conseguir alforria se encontrarem pedras de grande valor, são sem dúvida as causas principais dessa preferência; mas há ainda outras. Reunidos em grande número esses infelizes se divertem em seus trabalhos; cantam em coro canções de suas terras, e enquanto nas casas de seus donos eles são submetidos a todos os seus caprichos, aqui eles obedecem a uma regra fixa e desde que se adaptem não têm que temer os castigos.

Os feitores trazem ordinariamente um grande pau terminado por uma tira de couro, de que se servem para castigar, imediatamente, um negro que fugir ao seu dever. Quando a falta é grave a punição é mais severa. Então amarra-se o culpado, e dois de seus companheiros aplicam-lhe nas nádegas golpes de bacalhau, chicote composto por cinco tranças de couro. Os feitores não têm permissão de aplicar essa espécie de chicote; somente os administradores particulares podem infligir um castigo tão severo. Os regulamentos vedam a aplicação de mais de cinquenta golpes de bacalhau; mas, frequentemente ultrapassam esse limite.

Quando um negro encontra um diamante que pese uma oitava (18) Nota do Autor a administração avalia o feliz escravo,

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