Viagem pelo distrito dos diamantes e pelo litoral do Brasil

A prevenção contra roubos não foi apenas tomada por precauções as mais minuciosas; cuidou-se ainda opor às tentações o temor de castigos atrozes. Um homem livre, acusado de contrabando foi exilado para Angola, na costa da África, e teve seus bens confiscados em proveito do Estado. Segundo os editais todo escravo ladrão deveria também ser confiscado, mas essa disposição iníqua não é atualmente cumprida. O escravo que furta diamantes é então chicoteado; em seguida é posto a ferros por um tempo mais ou menos considerável, segundo o valor do furto. Durante esse tempo não se dá nenhuma retribuição pelo trabalho do negro o que representa um castigo para seu dono, punido assim por uma falta que não cometeu e nem podia impedir fosse cometida (22) Nota do Autor. Os escravos condenados ao ferro formam uma tropa separada que é tratada mais severamente que as outras e que é encarregada de trabalhos mais rudes.

Foi entretanto em vão que se estabeleceram leis penais e se multiplicaram as medidas preventivas. A ambição e a astúcia zombavam de todos os temores e triunfavam sobre todos os obstáculos. Quando os diamantes estavam menos difíceis de extrair, e mais abundantes, existia uma espécie de contrabandistas que se reunia em tropas e se distribuía pelos lugares onde essas preciosas pedras se achavam em maior abundância e eles próprios faziam a exploração. Alguns deles ficavam de esculca em lugares elevados, avisando os demais à aproximação dos soldados e o bando se refugiava nas montanhas de difícil acesso, as

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